Dora Andrejszki : "Vejo muitos jogadores com mais de 40 anos a competir ao mais alto nível"

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Publicado em 09/02/24

Dora Andrejszki tem os olhos postos nos Jogos Olímpicos. Não Paris em 2024, nem Los Angeles em 2028, mas Brisbane em 2032. "Talvez nessa altura já tenha filhos, mas isso não me vai impedir de jogar", diz a jovem de 30 anos com uma gargalhada.

Dora é a número 1 da Hungria no padel, um desporto que os adeptos esperam que se torne num evento olímpico a tempo de Brisbane. Nessa altura, terá 39 anos, mas diz que uma das alegrias do padel é a faixa etária dos seus praticantes.

"Penso que ainda tenho alguns anos pela frente, porque vejo muitos jogadores com mais de 40 anos ainda capazes de competir ao mais alto nível", afirma. "Se conseguir manter-me em forma e continuar a jogar, não creio que a minha idade vá ser um problema em 2032."

Dora, que é patrocinada pela Babolat, é relativamente recente no padel. Era uma jovem promissora no ténis e jogou brevemente no circuito Futures, onde entre as suas adversárias se incluía a futura campeã de Roland-Garros, Barbora Krejcikova. Chegou a jogar ténis universitário nos Estados Unidos durante cinco anos, mas quando regressou à sua cidade natal, Budapeste, em 2020, já tinha perdido a esperança de se tornar numa tenista profissional.

"Tinha decidido que não queria fazer nada relacionado com o ténis", disse. "Queria começar de novo."

Quando regressou à Hungria, Dora começou a trabalhar como assistente pessoal de um CEO numa agência de inovação. Na altura, não jogava muito ténis, mas uma amiga perguntou-lhe se podia treinar com ela num clube local, que também tinha alguns campos de padel, e Dora experimentou o novo desporto.

"No início, não gostava de jogar, mas tinha acabado de me mudar e pensei que talvez fosse bom para mim ir e socializar", disse ela. "Comecei a ir uma vez por semana. Era divertido. E quanto mais jogava, melhor me tornava."

Um ano depois de ter começado a praticar padel, foi selecionada para jogar na equipa nacional húngara nos Campeonatos da Europa em Bilbau. No ano seguinte, competiu num torneio internacional na Hungria ao lado de outra antiga tenista, Palma Juhasz, que tem sido a sua parceira de pares desde então. Foram eliminadas por uma dupla argentina, mas Dora notou que ambas as adversárias tinham mais de 40 anos.

"Aquele jogo foi uma grande mudança de mentalidade para mim", disse ela. "Mal consegui dormir nos dias seguintes. Comecei a pensar: 'O que é que eu poderia conseguir no padel se não tivesse de trabalhar 40 horas por semana num escritório? E se eu pudesse passar muito mais tempo no campo?' Vinda do ténis, sabia o que era dedicar tempo e sacrificar-me pelo desporto."

Dora, que trabalha atualmente para a Szinga Sport, que detém os direitos de distribuição da Babolat na Hungria, tem desde então frequentado blocos de treino de padel na academia de Andrés Gimeno, perto de Barcelona. Quer fazer mais e planeia participar em mais torneios no futuro.

"Agora, gostaria de ser jogadora profissional de padel a tempo inteiro", afirmou. "Neste momento, Palma e eu somos as duas melhores jogadoras da Hungria e o desporto está a evoluir e a florescer."

No ténis, Dora sempre preferiu jogar em duplas. Considera o padel, que se baseia em duplas, um desporto mais sociável do que o ténis?

"Eu diria que sim", afirma. "E nos torneios que joguei descobri que as pessoas são mais fáceis de abordar. Algumas das pessoas contra quem competi são agora algumas das minhas melhores amigas."

Os jogadores profissionais da Equipa Babolat podem jogar com um modelo personalizado ou diferente do equipamento standarizado.

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